quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Ninguém sabia que a rebelião poderia acontecer na Penitenciária de Parnaíba?


Não fez uma semana que o assunto da superlotação da Penitenciária Mista de Parnaíba, foi destaque na imprensa local, aqui mesmo no BTM alertamos para o caos que se aproximava tendo em vista a grande quantidade de detentos nas dependências do presídio, 446 contabilizados.  

Na última segunda-feira (14), foram registradas duas fugas, de lá para cá a situação só piorou, tanto é, que ainda no final da tarde de terça-feira (15), uma rebelião começou a chamar a atenção da direção do presídio. Quando perceberam que a situação fugia ao controle, todo o efetivo da Polícia Militar foi acionado para o local.

Cabe aqui abrir um parêntese e elogiar o trabalho comandado pelo Major Adriano Lucena Comandante da PM de Parnaíba, que em uma força tarefa organizou sua equipe para garantir a ordem o mais rápido possível. Vale lembrar também que nas celas foram registrados incêndios provocados pelos detentos ao atearem fogo nos colchões.



Energia cortada em alguns pavilhões, clima tenso, presos rebelados, tudo isso é uma soma de tudo o que já deveria ter sido resolvido pelo governo, através de sua Secretaria de Justiça. O Ministério Público já havia se manifestado cobrando providências em 2011, já se passaram 4 anos e nada ainda foi feito. É em meio a isso que aconteceu que surge uma dúvida, o que ainda precisa ser exposto para que uma providência seja tomada?

A hipocrisia de achar que na penitenciária de Parnaíba a situação estará sob controle a partir de hoje, nos remete à outro alerta, o de uma nova rebelião que pode começar a qualquer momento. Sim, porque diante do que já falamos aqui, só houve rebelião porque a quantidade de detentos superou todos os limites, ou seja, vai melhorar agora porquê? A sorte de alguns é que não houve registros de mortos, apenas feridos.

Mas como quase tudo neste país deixa-se para resolver na última hora, vamos supor que esta, ainda não foi a tal última hora. Pago pra ver a preocupação do governo com este assunto.


Por: Tiago Mendes