quarta-feira, 10 de junho de 2015

Deputados realizam ato de repúdio no plenário à parada gay


BRASÍLIA — Em protesto contra a marcha gay realizada em São Paulo no último domingo, deputados evangélicos e católicos fizeram um protesto no plenário da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira. Empunhando cartazes, banners e faixas com fotos tiradas na Parada Gay, Marcha das Vadias e Marcha da Maconha, parlamentares interromperam a sessão com uma procissão que seguiu do centro do plenário até a mesa da presidência com gritos de “Respeito!”. O ato foi encerrado com a oração do Pai Nosso.

Participaram do protesto as frentes Evangélica, Católica e da Família. De acordo com o deputado Marcos Rogério (PDT-RO), as frentes deverão entrar com queixas contra o crime de retirar o caráter sagrado de símbolos religiosos tanto para os que protagonizaram as cenas repudiadas, quanto para os organizadores e patrocinadores da marcha.

— A liberdade de manifestação e pensamento nós também defendemos, mas o que a gente não admite é a profanação da fé. Usar símbolos religiosos para vilipendiar (desrespeitar) a religião — disse o integrante da Frente Evangélica.
O deputado João Campos (PSDB-GO) questionou o fato de empresas dos setores público e privado patrocinarem o ato.

— Pudemos ver que empresas que vivem de recursos públicos, como os bancos, estavam patrocinando esse tipo de atitude. É espantoso — desabafou.
A deputada Erika Kokay (PT-DF), no entanto, chamou a atenção para as imagens reproduzidas nos cartazes. Ela afirmou que apenas a foto da mulher crucificada estava na marcha realizada na Avenida Paulista no último dia 7, e explicou, ainda, que não “passou de uma performance”.

— Eles usaram fotos de outros atos para chamar a atenção do povo — afirmou.
No palanque do plenário, o deputado Roberto Freire (PPS-SP) pediu “respeito à diversidade e à laicidade do estado”. Alguns deputados reagiram, e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu a atenção dos presentes. Mesmo assim, ao encerrar o raciocínio, Freire foi vaiado.

Fonte: O Globo