Já faz muito tempo que
venho insistindo na necessidade dos prefeitos e vereadores de Parnaíba dispensarem
suas atenções pra duas regiões da cidade, as zonas leste e sul. Estas duas
regiões vem apresentando um potencial de crescimento populacional, respeitadas
as proporções, antes visível apenas na região do hoje centro velho, a parte
histórica, e parte dos bairros São Francisco da Guarita e a agora deslumbrante
avenida São Sebastião. As duas regiões representam hoje quase a metade da
população inteira da cidade.
Faz quase vinte anos
que estou batendo nesta tecla, primeiro na máquina de escrever, minha velha,
macia e hoje aposentada Remington, portátil e, agora no computador, mais
silencioso e prático. Há a necessidade de levar aos milhares de parnaibanos
destas duas regiões hoje e há muito em crescimento, sistema de atendimento
médico mais estruturado e um centro popular de abastecimento. Bairros como
Betânia, Planalto, Raul Bacellar e São Judas Tadeu precisam destes dois
equipamentos pra atender suas necessidades. Vamos falar de início da parte de
saúde.
Não se admite um
vivente, uma mãe, um idoso, um acidentado ter necessidade de atendimento médico
lá no Raul Bacellar ou do Planalto ter que percorrer uma distância imensa até o
Hospital Dirceu Arcoverde. Este hospital já recebe gente de tudo que é parte do
mundo, desde a China até o Maranhão, na extrema com o Tocantins, perto do Deus
Me Livre. A minha ideia é de que ao contrário de se instalarem os tais Postos
de Saúde da Família, numa progressão de mais de trinta atualmente,
ineficientes, se construísse outro hospital mais pra dentro desta região, com
toda a quantidade de leitos que seriam disponíveis nesses PSFs.
Porque todo mundo sabe.
Eu sei e você sabe e todos nós sabemos o quanto é deficiente o atendimento
médico nesses postos de saúde, embora muitos deles estejam localizados em
regiões remotas. A ideia foi boa, excelente no papel. Mas estes postos de saúde
não têm as características físicas de um hospital e que inconscientemente quem
precisa de atendimento enxerga confiança. Há no íntimo da população, da pessoa
necessitada, uma empatia entre o que necessita e o que vê como hospital. Então
eu defendo que se construa e instale dentro dos próximos anos, mas que seja
breve, um novo hospital nessa região.
Na zona sul, temos o
Alto de Santa Maria e toda a população que mora, trabalha, estuda e se diverte
na parte da BR 402, sentido Parnaíba-Chaval, com sua população em crescimento,
mas que encontra certamente dificuldades para ter atendimento médico a partir
de um hospital localizado fora de sua geografia como é o Hospital Estadual
Dirceu Arcoverde. Uma população pobre e que tem como característica os altos
índices de violência e criminalidade. Só isso justificaria a construção de um
hospital para atendimento a seus moradores.
Em relação ao
abastecimento de gêneros alimentícios, estas duas regiões, principalmente a da
zona leste, Planalto, os bairros São Judas Tadeu e Raul Bacellar, necessitam de
um novo mercado público. Compreendo que fica muito distante custoso e inseguro
para um morador destes bairros terem que se deslocar até a avenida Pinheiro
Machado com rua Caramuru pra fazerem suas compras de feira: a carne, o peixe,
os cereais, frutas e verduras. Defendo que seja construído um mercado de porte
entre pequeno e médio. Já seria de bom tamanho e utilidade.
Por outro lado um
mercado público naquela região fixaria o poder de compra da população. Imagino
o que seja um trabalhador sair aos domingos de sua casa no Raul Bacellar pra
fazer compras na distante e barulhenta Pinheiro Machado. Espero que um dia
alguém olhe com carinho pra estas duas regiões ainda tão remotas, as zonas
leste e sul.
Têm as duas regiões
certamente um quarto de toda a população de Parnaíba. Necessitam de hospital e
de um centro de compras. Mas certamente que necessitam também de escolas,
creches, postos de policiamento, sistema de abastecimento de água. Mas eu
acredito estes dois pontos serem primordiais entre curto e médio prazos: hospital
e mercado público. Esta população necessita de mais
estabilidade aonde vive. Esta ideia de se construir um mercado e um hospital
pra satisfação de seus moradores deve ser uma ideia cortejada e abraçada pra
dentro dos próximos anos.
Por: Pádua Marques