Praça da graça no centro de Parnaíba
Quem nunca teve
problemas com ratos em casa? Rato é bicho inconveniente pra dar trabalho de
combate e pra meter medo na gente. Em casas muito grandes sempre aparece e faz
estragos nas despensas e nas vizinhanças da cozinha, dentro ou perto dos
coletores de lixo, nos esgotos, enfim, onde pode encontrar comida, seja lá o
que for, farta. Rato é bicho que dá vexame e mete medo até em gente grande e
metida a valente porque não tem cerimônia de infestar os lugares mais íntimos
de nossa casa, como a nossa sala de visitas ou o quarto.
Mal comparando, porque
é gente de carne e osso, batizada e, portanto filha de Deus, tem se criado atualmente
na região do centro histórico de Parnaíba um lugar pra esse animal humano se
desenvolver ali na praça da Graça e ruas próximas. Os guardadores de carros do
Complexo do Porto das Barcas são um problema e tanto pra quem por necessidade
tem que estacionar seu automóvel enquanto participa de algum evento, visita as
lojas de artesanato, janta ou está reunido com amigos velhos em visita à nossa
cidade. Basta acabar a obrigação e lá vem eles pedindo moeda, um trocado, um
agrado.
E a gente sem poder
fazer nada senão obedecer, pego assim de supetão, fica com medo daqueles
sujeitos mal encarados, sujos, saídos de entre os carros e com cara de poucos
amigos. Numa hora daquelas não dá mesmo pra fazer nada. Vá você, querendo dar
uma de valente ou de homem civilizado dizer que não tem, que não dá ou que
aquela é uma atividade ilegal ou que vai chamar a polícia, pra ver o que lhe
acontece. E é gente que não escolhe o momento pra ser desagradável. Está você
entre aqueles da sua intimidade e lá chegam eles incomodando pedindo comida ou
dinheiro.
E assim acabou ficando
difícil e inseguro, extremamente inseguro e inconveniente frequentar o centro
histórico de Parnaíba. Aquela região está tomada por verdadeiras gangues
travestidas de guardadores carros. São elementos que certamente vêm das
redondezas e feito os ratos, sabem onde tem comida farta e segura toda noite. E
o parnaibano e o turista ficam incomodados com aquela gente estranha e de maus
modos, que iguais ratos não se incomodam de nos incomodar. E todos nós sabemos
de onde eles vêm. E não adianta nessa altura tentar passar uma mão por cima
aliviando a origem desse mal.
Estes recentes
acontecimentos, somente pra enumerar dois, como o assalto de que foi vítima o
artista plástico Albert Piauhy, morador da rua Conde D’Eu ou o arrombamento do
Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Parnaíba, quando de lá foram
levadas peças importantes e valiosas de seu acervo só podem levar a ter como
autores gente de má índole que mora naquele conjunto próximo ao Mercado da
Quarenta, que salvo engano se chama João Paulo II. Não tem quem me diga o
contrário. Aquele conjunto é atualmente o maior depósito por metro quadrado da
bandidagem.
E bandidagem de toda
espécie e pra todo gosto. Certamente que tem gente boa naquele conjunto
habitacional. Gente honesta, trabalhadora, pais e mães de família que dão um
duro danado pra pagar as contas no final do mês. Gente que graças a uma ação de
governo, e aqui não interessa qual ou de qual partido, governador ou prefeito
tenha feito aquilo lá, conseguiu um teto pra passar a vida embaixo. São
famílias muitas das vezes numerosas, carregadas de problemas e mais problemas.
Mas que além desses problemas tão íntimos tem que ser vizinhos de ladrões,
estupradores, traficantes de drogas, agiotas, cafetões, enfim, toda essa fauna
maléfica da sociedade.
E é essa gente que saí
na boca da noite pra roubar pontos de comércio e residências, extorquir proprietários
de botecos, ameaça com faca ou canivete alguém que se aventure a ter uma noite
diferente nos becos escuros no tão falado Porto das Barcas, intranquiliza os
donos de lojas de artesanato, os donos e clientes de restaurantes, lanchonetes
e pizzarias. Muitas vezes se fazendo passar por vendedores de artesanato ou de guardadores de carros. São verdadeiros ratos que vão
infestar embaixo da ponte e pelas ruas próximas. E o ninho deles é o conjunto
habitacional próximo ao Mercado da Quarenta.
Todo mundo sabe disso.
A Polícia Civil sabe. A Policia Militar sabe. Prefeitura e Governo do Estado
sabem que aquele conjunto e toda a vizinhança antiga do bairro São José vive
incomodada com aquela cabeça de porco que se transformou num ninho de ratos.
Sinceramente daqui e neste momento fica difícil apontar uma solução pra este
problema tão grave. Aquele conjunto habitacional bem que não deveria ter nome
de um Papa, mas desculpem meu inglês de pouca serventia pra viagem,mas bem que
deveria se chamar Hell’s Village. Porque não deve ser fácil se morar num lugar
daqueles.
Por: Pádua Marques