terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Câncer de boca, garganta e ânus por HPV cresce nos EUA, aponta relatório



O Relatório Anual à Nação sobre a Situação do Câncer nos EUA, que abrange o período de 1975 a 2009, aponta que a incidência de tumores de boca, garganta e ânus tem aumentado no país. Para contribuir com essa elevação, entre os anos de 2008 e 2010, a aplicação de vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV) – que é sexualmente transmissível e pode causar alterações celulares – manteve-se baixa entre as adolescentes.

Uma seção especial do documento, que será publicado na edição online da revista "Journal of the National Cancer Institute", é dedicada a uma avaliação dos casos e tendências de tumores ligados ao HPV. O texto mostra que, entre 2000 e 2009, os níveis de câncer na região da orofaringe aumentou entre homens e mulheres brancos, assim como a incidência de tumor anal em brancos e negros de ambos os sexos.

Em mulheres brancas e negras, também subiu o número de casos de câncer de vulva. Já as taxas de câncer de colo do útero diminuíram, com exceção das americanas de origem indígena, do Alasca e das que têm baixo nível socioeconômico. Entre os homens, a ocorrência de câncer de pênis ficou estável.

Segundo o diretor do Instituto Nacional do Câncer (NCI, na sigla em inglês) dos EUA, Harold Varmus, o relatório destaca a relação do HPV com vários tipos de tumores e vê nas vacinas a principal forma de combater o vírus. Os investimentos feitos em pesquisas para desenvolver doses seguras e eficazes, porém, só terão o retorno esperado se as taxas de imunização entre meninos e meninas melhorarem bastante, a ponto de os protegerem quando eles forem adultos e se expuserem ao vírus.

O documento revela, ainda, que em 2010 menos da metade (48,7%) das meninas americanas entre 13 e 17 anos havia recebido pelo menos uma dose da vacina contra o HPV. E apenas 32% tinham tomado as três injeções recomendadas. As populações de meninas que tiveram menos vacinas aplicadas foram as hispânicas, as que moram no sul dos EUA e aquelas que vivem abaixo da linha de pobreza.



A atual cobertura nacional com três doses de vacina tem ficado muito abaixo do objetivo do governo americano, que espera que até 2020 80% das adolescentes entre 13 e 15 anos sejam alcançadas. Atualmente, as taxas de vacinação no Canadá variam de 50% a 85%, e no Reino Unido e na Austrália são superiores a 70%.

De acordo com os autores do relatório, as falhas na vacinação são decorrentes de uma série de fatores, como recomendações inadequadas, preocupações com reembolso e sistemas inadequados de lembretes para concluir as três doses.

Fonte: G1