SÃO PAULO - O Parlamento de Portugal ofereceu ajuda para a
reconstrução do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, que foi destruído por
um incêndio em 21 de dezembro. Em deliberação aprovada na última terça-feira,
os parlamentares portugueses disseram que receberam a notícia do acidente com
“particular tristeza e consternação”.
Segundo o texto, aprovado pela Comissão de Negócios
Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, a Assembléia da República de Portugal
coloca-se à disposição para colaborar, “na medida das suas capacidades, no
esforço de reconstrução do Museu da Língua Portuguesa, exaltando assim, uma vez
mais, a união em torno da expressão em língua portuguesa no mundo”. A
deliberação será encaminhada às autoridades brasileiras por meio das vias
diplomáticas.
Na opinião dos deputados portugueses, o museu se transformou
em referência para os países lusófonos: “É inquestionável, desde então, o papel
essencial que o museu vinha desempenhando na valorização, promoção e difusão da
língua portuguesa, tendo logrado inovar no plano da divulgação de conteúdos
baseadas na utilização das novas tecnologias de informação, designadamente, com
recursos interativos que em muito contribuíram para a assinalável e permanente
adesão de milhões de visitantes interessados no conhecimento do universo da
língua e das culturas que se exprimem em português”, afirma o texto da
comissão.
O incêndio destruiu completamente o museu, que ainda não tem
data para ser reaberto. As chamas atingiram também o prédio da Estação da Luz,
tombado pelo patrimônio histórico, e interrompeu a circulação de trens por dez
dias. O incidente causou, ainda, a morte do brigadista Ronaldo Pereira da Cruz,
de 39 anos, que teve uma parada cardiorrespiratória enquanto trabalhava para
apagar o fogo.
As causas do incêndio ainda estão sendo investigadas. A
hipótese mais provável é que o fogo tenha começado após a troca de uma lâmpada
que ficava em cima a redes instaladas no teto que faziam parte da exposição
sobre o historiador Câmara Cascudo. O museu estava fechado ao público naquele
dia.
Fonte: O Globo