O movimento de paralisação dos Policiais Militares do Piauí
chegou em Parnaíba, e já tem gente querendo distorcer o principal objetivo do
movimento. Primeiro que se faz necessário é não causar pânico da maneira como
alguns colegas da imprensa querem fazer e, segundo questionar até onde a não
resolução destes problemas podem afetar sua vida como cidadão.
A reivindicação é justa como em qualquer outra categoria de
trabalhadores deste país, agora, necessário, é que antes de se noticiar de
maneira equivocada uma situação presente na nossa realidade, temos o papel de
cidadãos, que é apontar soluções. Não se admite que em meio a uma sociedade não
apareça ninguém capaz de apontar caminhos, sem que estes, tragam conseqüências à
esta tão sofrida população.
Na minha opinião a ABECS (Associação Beneficente dos Cabos e
Soldados), tem todo o direito de reivindicar em favor dos policiais naquilo que
mais se faz necessário, desde que não haja conotações políticas como denunciam
alguns militares que preferem não ter sua identidade revelada “Aqui em Parnaíba
sabemos que é necessário ser feito algo, mas, por exemplo, eles querem ir
contra ao transporte de valores que tem sido feito por acreditarem que nós
corremos risco com esse transporte” disse um militar.
Para este caso, temos uma observação a ser feita, está no
Plano de Segurança da Infraero o transporte intermodal, aquele onde a Polícia
Militar auxilia o transporte de valores de dentro do aeroporto até o banco. Esse
serviço tem sido feito em Parnaíba, Teresina e onde quer que você imagine onde
exista um aeroporto em funcionamento. Em um eventual assalto à um carro forte,
sem o serviço intermodal seria prato cheio para os bandidos, adivinhem em quem
colocariam a culpa do sucesso de um assalto como esse? Acertou quem respondeu:
A Polícia.
As pessoas costumam seguir a lógica, se o bandido conseguiu
êxito, a polícia foi omissa, se o bandido não obteve êxito, os méritos são dos
policiais. É preciso falar algo mais sobre este ponto?
Se, é sobre o risco
que os policiais enfrentam em seu dia-a-dia, porque não inserir na pauta das
reivindicações, o risco do serviço conhecido como “Bico”?. Faz sentido não faz?
Um policial a paisana em serviço fora das operações, corre o mesmo risco, ou
até maior, do que se estivesse em ação com seus demais colegas.
Perguntar não ofende, onde estava o mesmo movimento quando
aconteceu dos policiais militares terem deixado de atender algumas ocorrências
aqui em Parnaíba, por falta de combustível nas viaturas? Naquele mesmo período,
foi o prefeito Florentino Neto (PT), quem ajudou a PM abastecendo as viaturas,
para que os números de ocorrências não alcançassem picos tão altos, em
decorrência de um detalhe tão pequeno.
É preciso deixar claro, não se pode retirar do governo a
culpa que cabe à ele, de negociar com a categoria, e jogar a culpa para os
comandos, sejam eles em Teresina, São Raimundo Nonato, Piripiri ou Parnaíba. Em
Parnaíba para ser mais específico, o Major Adriano Lucena, Comandante da PM
conseguiu o apoio dos militares que mesmo em meio ao processo de paralisação,
decidiram contribuir para a segurança pública. Só na noite deste domingo (29),
foram colocadas 5 viaturas nas ruas, entre elas a do BOPE que veio da capital
para ajudar nas diligências de natureza grave.
Somente focando na resolução dos problemas enfrentados pelos
policiais em todo o estado, a ABECS pode obter êxito em suas causas, do
contrário haverá uma guerra desnecessária, onde na queda de braço só quem vai
sofrer as conseqüências de tudo isso, é o simples e sofrido cidadão, o mais
interessado na resposta do governo. A causa não pode ser política, tem que ser
técnica, o problema não pode gerar outro. E, que se cumpra o juramento dos
homens que um dia disseram estar dispostos a servir a pátria amada, Brasil.
Por: Tiago Mendes