A economia piauiense ficava cada vez mais dependente e
caminhava na incerteza. A
SUDENE, pela sua divisão agroindustrial, informava que o
Piauí tinha um projeto para
a produção de papel e papelão a partir da folha da carnaúba.
Para isso estavam sendo
investidos recursos de Cr$ 400 milhões para a produção da
pasta crua, polpa celulósica
e cera. Seriam gerados direta e indiretamente mil empregos
na região de Parnaíba.
Em relação à Estrada de Ferro Central do Piauí, diretores da
Rede Ferroviária Federal
vieram conhecer o estado dos equipamentos enquanto a SUDENE
entregava estudo
sobre a bacia do rio Parnaíba. Havia a estimativa de
investimentos de Cr$ 2,6 milhões.
O ministro Reis Veloso vinha a Recife para o Encontro
Regional de Exportação e
naquela ocasião anunciava a possível visita do presidente
Geisel a Parnaíba. O deputado
Alair Ferreira, presidente da COBRÁULICA, visitou Parnaíba e
Luiz Correia para as
providências das obras do porto de Amarração.
Em abril era realizada em Parnaíba a 27ª Reunião da Comissão
de Turismo Integrado
do Nordeste, com a presença do presidente da EMBRATUR, Said
Farah e o presidente
da PIEMTUR, Anchieta Correia. O presidente da Comissão
Executiva do Sal, Agenor
Almeida, anunciava uma reunião com os produtores do Piauí,
Ceará e Maranhão. O
Brasil passava a ser ligado a 18 países europeus pelo
sistema DDI. Na mesma ocasião o
engenheiro Alberto Silva era nomeado por Geisel, presidente
da Empresa Brasileira de
Transportes Urbanos.
Mas as promessas não paravam. Era anunciada a chegada dos
primeiros equipamentos
para as obras do porto e que o aeroporto seria inaugurado no
dia 10 de maio, data
que sofreu mudança para cinco dias depois. Quando for
realmente estudado, aquele
ano de 1976 será considerado um grande divisor de águas
sobre todos os aspectos,
político, econômico e social. O governo piauiense anunciava
um programa especial
orientado para a preservação do patrimônio de pedra e cal,
mais precisamente os prédios
históricos. Seria recuperada a Casa Grande de Simplício Dias
para a instalação de um
museu.
Este projeto seria entregue a uma empresa, a CLAP, Companhia
Latino Americana de
Planejamento, com larga experiência em projetos
arquitetônicos e urbanísticos. Ainda
no primeiro semestre o industrial José de Moraes Correia
entregava a Dirceu Arcoverde
a primeira amostra branca de cera de carnaúba. Era o
resultado de um projeto pioneiro
de sua empresa para ser analisado pela SUDENE. Na questão de
transportes a VARIG
anunciava o pouso e decolagens em Parnaíba de seu Boeing 737
Super Advanced.
Seria às segundas e quintas-feiras o vôo São Paulo - São
Luiz com escala no Rio,
Salvador, Paulo Afonso, Recife e Fortaleza, oferecendo
conexões da Cruzeiro do Sul e
possibilitando transporte de cargas passageiros para Belém e
Manaus.
Nessa mesma época que o ministro Reis Veloso anunciava em
maio que estava
assegurada a liberação de Cr$ 40 milhões para a construção
da ponte do Jandira, sobre
o rio Parnaíba, ligando a região norte ao Maranhão. Uma
honra e tanto mereceu o
empresário Marc Jacob naquele ano quando foi escolhido para
a comissão diretora
do III Encontro Nacional dos Exportadores, realizada no Rio
de Janeiro. Finalmente
o Banco Central liberava a carta-patente para a instalação
do Banco Econômico em
Buriti dos Lopes. Outra boa notícia vinha de Brasília, dada
pelo deputado Celso Barros
Coelho. Ele apresentava projeto de lei criando a Zona Franca
de Parnaíba entre esta
cidade e a de Luiz Correia.
Geisel continuava dando prestígio ao Piauí. Autorizou a
concessão de apoio financeiro
excepcional no valor de Cr$ 80 mil destinados a cobrir
déficit nas despesas de pessoal e
encargos sociais. A Cooperativa Regional dos Produtores de
Sal convocava produtores
e toda a categoria para a eleição de seus sócios diretores e
do conselho fiscal. Era
presidente o empresário parnaibano José Alexandre Caldas
Rodrigues. No final de
junho daquele ano a superintendência da Rede Ferroviária
Federal respondia a ofício
do deputado Ribeiro Magalhães anunciando providências em
relação à linha Parnaíba –
Teresina para o transporte de pedras para as obras do porto
de Amarração.
Mas na agricultura a situação ainda era de estagnação. O
Piauí, segundo maior produtor
de arroz do Nordeste, ainda estava importando este cereal
diretamente do Maranhão.
Enquanto isso notícias do governo davam conta de que estava
em estudos a instalação
de um parque industrial em Picos, depois de concluído o
plano piloto de um parque
semelhante em Parnaíba. Mas para a alegria de todos era
também anunciada a visita de
Geisel ao Piauí em setembro daquele ano.
Por: Pádua Marques